Eu sou Mariana Lima, psicóloga humanista, com prática na área clínica desde 2018. Nesse tempo enquanto psicóloga, coletei dicas importantes, especialmente para você que é novo nesse mundo, está começando terapia agora e não está familiarizado com o funcionamento de um serviço psicoterapêutico.
Aqui estão as minhas principais dicas para você saber o que esperar:
- “Paquere” sua possível terapeuta – Siga o seu instagram, olhe o site, ouça podcasts se ela tiver, e veja ao máximo de conteúdo disponível para ver se você se identifica com a profissional que ela é e sua abordagem. Quando entrar em contato, pergunte, tire suas principais dúvidas e possivelmente faça uma sessão teste.
- Dê tempo ao tempo – Depois de começar a terapia, é comum que você queira que os “resultados” apareçam logo, mas leva um tempo para que isso aconteça. Reserve um tempo para desenvolver seu relacionamento com seu terapeuta, está tudo bem se você não se sentir pronto para se abrir imediatamente. Construir o relacionamento é uma grande parte do trabalho. À medida que essa confiança cresce, você pode se sentir cada vez mais confortável em se abrir com seu terapeuta e compartilhar mais sobre suas experiências passadas e presentes sem se sentir julgado. Quanto mais você se dedicar à construção dessa relação, mais você observará mudanças na sua vida.
- Você não precisa ficar falando o tempo todo se você não quiser – É muito comum chegar na terapia e achar que você tem que dar um panorama geral para sua terapeuta sobre sua semana, ou que tem que chegar com temas estabelecidos para conversarem, se não “não vai ter o que fazer” nesse tempo. Mas a verdade é que a maioria dos terapeutas não irão te forçar a falar o tempo todo. A psicoterapia é também uma oportunidade de diálogo, uma troca, e nesse sentido o silêncio também tem um papel importante. Fique tranquilo, que sua terapeuta saberá trazer perguntas ou desafiá-lo quando apropriado. Então, se você está preocupado com “sobre o que vou falar”, lembre-se que sua terapeuta saberá te fazer as perguntas certas!
- É responsabilidade do terapeuta olhar o tempo – Não se preocupe se vai dar tempo ou não de falar o que você precisa, é função do terapeuta monitorar e cuidar do tempo da sua sessão. Tente focar no que você precisa trabalhar ao longo da sessão e seu terapeuta vai te avisar quando precisar encerrar. Mas caso você sinta que precisa de um aviso de que a sessão está chegando ao fim, você e o terapeuta podem descobrir juntos o que funciona melhor.
- Comunique o que você gosta, não gosta e o que sente que precisa – A terapia é um diálogo e um espaço de construção aberto, portanto, é importante que você fale sobre coisas que você gosta, precisa ou deseja trabalhar. Não tenha medo de falar também as coisas que não são boas para você. Apesar de não parecer, seu terapeuta não consegue ler a sua mente, rs. Então é importante criar uma relação verdadeira com ele. Nas minhas sessões, costumo abrir espaço para saber como está o relacionamento com o cliente durante o processo, para ter certeza de que estamos caminhando no sentido certo.
- Consistência é a chave – Você tem que comparecer à terapia e ser comprometido e consistente ou passará a maior parte do tempo entregando ao terapeuta um relatório do livro e evitando o que está por baixo da superfície. É por isso que muitos terapeutas incentivam os clientes a iniciar a terapia semanal, para que possamos nos conhecer e construir essa confiança e segurança, e criar um espaço consistente para a terapia começar a fazer o seu trabalho. Você pode não ver as mudanças que procura se não aparecer de forma consistente.
- Honestidade e abertura – Honestidade e abertura são muito importantes na terapia, então se você já está com um terapeuta há algum tempo e está tendo dificuldade para se abrir com essa pessoa, isso é um sinal de que algo não está funcionando para vocês. Caso você consiga, é importante sinalizar isso para o seu terapeuta, se você não conseguir, talvez seja o momento de continuar sua pesquisa e encontrar outra pessoa.
- O seu relacionamento com seu terapeuta é de verdade, mas precisa de limites – O vínculo terapêutico é real, profundo e importante, porém, é um relacionamento profissional, e por isso limites são igualmente importantes para que essa relação seja construída. Mas não se preocupe, porque mais uma vez, é responsabilidade do TERAPEUTA colocar, afirmar e manter esses limites de forma ética. Não podemos ser amigos de um cliente, por mais que a gente quisesse!